segunda-feira, maio 13, 2013

Ela 2 ...

... e então ela decidiu: queria ser feliz, queria espaço, queria vida, rejuvenescer 10 anos, cada dia no seu dia,  cada momento o seu respiro,  pensou o quanto sua alegria foi reprimida pela idéia de que ser mãe e esposa fora-lhe  imposta. Ela queria romper com tudo, não queria viver um grande amor, queria viver de amores desconhecidos, transar na primeira noite, curtir sua própria vida, se desamarrar de sua história. Cansou de todos e de tudo, queria vento na cara e cabelos esvoaçados, queria rir e rugir como nunca fora feito antes. Armou-se de  festas, cercou-se de sorrisos, conheceu novas pessoas, viveu novos amigos, dormia o sono do cansaço, dormia e não se continha. Virou popular, e não um espelho de alguém que fora tudo isso, mas que se perdeu no amor. Copo na mão, cremes no rosto, roupa pra matar, sempre feliz , sempre forte, dona de si, pagando sua independência com mais trabalho mas sem um olhar de carinho e foi a vida levando, e foi a vida seguindo. Tantos rostos e risos pelo seu caminho, e fez a vida vazia, alegre e nem sempre feliz, no coração um remorso, aos poucos não se suportava de tanta alegria, pensou no que era, na vida que tinha... as noites viraram um claro espelho da fantasia e o mundo já não era real, vivia uma vida vazia curtindo o seu carnaval. Respeitada no trabalho, já não se suportava, não lia, palavras ao vento num chat qualquer, vivia só e vazia não tinha a ela mesma, não tinha ninguém, só tinha a pressa no olhar e não outro olhar que lhe ardia no peito, a vida tinha seu preço por não ser vivida, cremes não tampavam mais as rugas e o cansaço da noite, só tinha seu ego, só tinha seu oco, pessoas sem vida a lhe rodear. Botas e meia, roupas sem fim, enfeitada por fora, vazia por dentro... assim seguia! Borrachas não mais apagavam sua história, estava tudo traçado...

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