terça-feira, novembro 07, 2017

Só para lembrar do meio ambiente

Na semana em que o governo brasileiro leva a maior delegação do país na conferência sobre o clima, joga-se panos quentes no aumento do desmatamento do país ou nossa ineficácia em controlar nossas emissões de carbono. O discurso do governo é que o Brasil tem uma das mais audaciosas promessas de redução de emissão ... promessas, de efetivo nada é feito ! 
Dentre alguns dados que saltam os nossos olhos numa semana em que o mundo olha para essa conferência estão os dados que apontam a indústria da carne como maior emissora que um país inteiro, por exemplo a Alemanha que despejou 902 milhões de toneladas de CO2 enquanto a indústria da carne 932 milhões de toneladas, a companhia líder em emissões ? A nossa JBS que enfim saiu dos noticiários policiais, porém para um destaque nada honroso..  os dados são do instituto de agricultura europeu e antes que os mais práticos reclamem, sim é possível manter o nível de produção de alimentos mesmo com diminuição das emissões de gases tóxicos. 
Tudo bem então, se não diminuírem as emissões dos gases responsáveis pelo efeito estufa, afinal existe muita controvérsia em relação a isso certo ? Errado, mesmo que independente das emissões de carbono uma coisa já está ocorrendo: a temperatura do planeta está subindo, analisando dados históricos é possível comprovar isso, observando o derretimento das geleiras também mas se nada disso conseguir fazer você lembrar que o meio ambiente está zoado, vamos a um outro fato concreto, o aumento do nível do mar ! De 10 anos prá cá um fenômeno está intrigando os pesquisadores brasileiros, vários pontos da nossa costa estão perdendo terreno para o mar! Praias no Ceará, na Paraíba e no Estado do Rio estão comprometidas, esse fenômeno sem explicação relacionada o ciclo das mares pode ser irreversível ! Alguns pontos decerto foram historicamente regiões invadidas pelo mar em épocas de ressaca (como é o caso da ciclovia da Prainha no Recreio dos Bandeirantes), outras como praias do norte fluminense, simplesmente sumiram do mapa. Um estudo das nações unidas  mostra uma tendência de aumento de 3.2 graus Celsius até 2100, o que resultaria em degelo nas regiões polares que inundaria regiões costeiras em todo o mundo, mas especialmente na Ásia. O impacto 
em cidades como Shangai, Hong Kong e Osaka seria catastrófico, mas cidades como Rio de Janeiro, Miami e Alexandria também seriam afetadas. Segundo a ONU essa tendência é real e os 83 anos que nos faltam até lá não seriam suficientes construir obras para conter essas inundações.
Se isso tudo ainda não fez com que você começasse a se preocupar com nossa Terrinha, vamos sair de previsões, tendências, fatos presentes... vamos olhar um passado recente e que não só afeta ao meio ambiente, mas afeta vidas diretamente e mesmo assim pouco importa ... imagina se o meio ambiente vai importar ? Estamos há dois anos do desastre de Mariana onde casas foram engolidas pela lama de rejeito de minério de ferro da Samarco (Vale do Rio Doce). O maior desastre ecológico do país até agora não teve nenhum responsável preso, as multas foram ínfimas diante da destruição e do poder de pagamento das empresas envolvidas, se uma região inteira devastada não sensibiliza pela maneira a qual lidamos com o meio ambiente, é bom lembrar que até hoje moradores da cidade sofrem de depressão e outros problemas de saúde, o número de tentativas de suicídios aumentou em 67%, os motivos vão desde o trauma, a perda de familiares e bens até o preconceito e a falta de perspectiva econômica (o desemprego na região saltou de 5% para 23%, enquanto o do país não passa dos 15%). A crise é pior quando se tem uma catástrofe ambiental e estamos diante de algumas!