segunda-feira, março 24, 2014

Cinzas das horas (inspirado em Ivan Rocha)

E num tempo que de relógio
A cada volta dá ....
Queimando aos pouco
Um pouco de ócio, um pouco de ódio
Da vida ser, como está
Pareço um louco...
Padeço um pouco ...

 E esse relógio a cada hora
Queima o tempo que passa
Queima como a desgraça
Mesmo que embora
Viva para o futuro
Viva o tempo obscuro
Queima um pouco de si

Um guardião do tempo
Comendo segundos como alimento
Fazendo minutos como farra

Sujeito a passagem do tempo
Que guarda dentro de si
Marcando o compasso da estrada
Marcando o tempo da vida
Pulsando como ela passa
No tic tac das horas 
Nos mecanismos da vida

Rastros que ficam 
Nas cinzas das horas que vão




domingo, março 23, 2014

Eu não te amo

Não te amo
Mas amo a sua forma de me olhar
Não te amo
Mas amo as noites em que estou com você
Não te amo
Mas eu amo bastante a vida quando estou ao teu lado
Não te amo
Mas amo a forma como as coisas fluem desde que te encontrei
Não te amo
Mas o ar ao seu redor mas faz querer te amar e amar
Não te amo o bastante
Não te amo o suficiente
Te amo de forma equivalente
Ao amor que você tem 
Da forma em que me convém 
Ao não te amar te amo também 
Por não ser o que sou 
Por não falar o que estou 
E por viver o dia a dia 
Amando a negação da vida

sábado, março 22, 2014

Dizer adeus aos nossos filhos

Em muitos momentos, dizer adeus aos nosso filhos é algo que nos corta o coração, é uma perda de sentimentos no momento em que temos que abdicar da presença deles. É assim num plano de ter um filho que não veio, numa separação conjugal, numa longa viagem e mesmo numa morte. Mas decerto que qualquer pessoa ao ler isso vai pensar logo, "mas os filhos não são nossos, são de Deus ... ". Existem momentos em que o adeus significa o impulso que damos aos nossos filhos para que alcem vôo e não nos abandonem mas que cresçam existe a viagem de estudos deles, os amigos que lhe tiram de casa para a farra, a namorada que ele ama mais que a nós mesmos, naquele momento não estamos abandonando ou sendo abandonados, nesses momentos todos estão crescendo como duas bolas de sabão que tem seus centros ficando distantes mas que permanecem juntas.
O adeus é sempre difícil, de se viver, de se entender o importante é deixar que a distância não signifique ausência e que o tempo presente possa valer memórias, saudades e que esses valores possam ser passados de gerações como uma forma de amor agregado para aqueles que sabem dizer um adeus com uma lágrima nos olhos e um peito estufado de orgulho pelo vôo dos nossos passarinhos.

quinta-feira, março 06, 2014

Um lamento de amor por Maria

Mesmo que não fosse eu diria .... o quanto te amo Maria!
O quanto dói no peito
O ardor da dor que viria
Se não fosse, existia
No leito da morte que um dia ...
Cessaria a dor intensa
Por conta do teu encanto
Que aguardei por um dia 
Que se tornou mês de alma em pranto
Anos de vida suspensa 
De coração de vago acalanto
Contendo uma saudade imensa
O que é isso Maria ?
Esperar por anos e sentir calma
Testando a minha humildade
Daquele que ama e que te chama
Para gritar por teu amor
Eterno como a tua alma