terça-feira, novembro 30, 2010

A alvorada no morro

Enquanto no Morro do Alemão e na Vila Cruzeiro, as pessoas catam os csaquinhos das suas vidas que ficaram paradas no tempo. No morro da Mangueira e no Andaraí fogos são ouvidos para receber os traficantes em vinham fugidos de lá.

Reinicía-se o velho movimento de gato e rato nessa briga sem fim.
Uma estranha sensação de temor ao futuro disfarçada de paz toma conta dos que tem uma visão mais pessimista da nossa dura realidade. Para os otimistas cabe recordar os tempos aprasíveis onde morros verdejantes eram sinônimo de pacata cidade, brincadeiras nas ruas, papos saudáveis nas calçadas, o morro da poesia está de volta ? Novos Cartolas vão colorir a vida humilde das encostas?
Gostaríamos de crer que sim, mas a realidade nos força a pensar em força policial sendo alvo de vingança, novos gerentes do tráfico se formando, novos quarteis se formando em outros lugares.

Enquanto houver consumo haverão distribuidores para as drogas, e subornos para encobri-los e armas para defendê-los. Mas que se aproveite os bons ventos da paz enquanto eles são as manchetes dos jornais.

Alvorada
Composição: Cartola / Carlos Cachaça / Hermínio Bello de Carvalho
 
Alvorada lá no morro, que beleza
Ninguém chora, não há tristeza
Ninguém sente dissabor
O sol colorindo é tão lindo, é tão lindo
E a natureza sorrindo, tingindo, tingindo ....

sábado, novembro 27, 2010

Flu contra o mal

http://www.verdazzo.com.br/dossiegamba2010/

Veja um pouco do que esta sendo armado para o campeonato nacional, só cabe ao Flu calar a boca da pauli-prensa e dividir com o Flamengo um bi-campeonato de cariocas. 

Da série mundo em conflito - Haiti

Vive uma guerra civil, epidemias diversas, alto índice de HIV, surto de cólera. É a capital mundial das ONGs, poucas fazendo um trabalho sério. A ajuda internacional se resume a financiamento de equipes e ajuda e controle militar da região. Estima-se que 76% dos haitianos vivam com menos de US$ 3 por dia e 50% tenham menos de US$ 1 por dia. Uma barra de sabão custa, em períodos normais, US$ 0,50 na maioria dos mercados haitianos e, para muitas famílias, lavar as mãos virou um dilema potencialmente fatal entre usar o pouco dinheiro para comprar sabão ou para comprar comida.

UPPs

A elite da zona sul clama por limpar a barra de seu território e pede urgente a instalação de uma UPP no Vidigal e na Rocinha. A Rocinha tem um nível de tráfico armado muito menor que nos outros morros ocupados. A decisão de ocupar um morro em detrimento de outro se deve a várias composições, entre elas oportunidade, risco à população local, topografia e disponibilidade de recursos para a incursão e a instalação da UPP (que tem uma estrutura complexa e aparato do Estado).

Sem dúvida que as UPPs melhoraram a condição de vida local, eu caminho sempre na subida do Andaraí e atualmente é uma paz, parece que estou em Paquetá. Para tudo isso dar certo o país tem que continuar a crescer, o desemprego a cair, o Estado tem que se fortalecer oferecendo serviços nessas regiões, porém o tráfico nunca vai acabar se o idiota do usuário não parar de financiar o crime com o seu baseadinho inocente.

sexta-feira, novembro 19, 2010

Um cenário confuso

Muito me preocupa o Estado aparelhado para ser ideologia, sendo de direita ou de esquerda, não cabe a uma institução governamental ter seus cargos a serviço de um partido político e sem dúvida isso ocorre no Brasil sem nenhum tipo de constrangimento. Podem até pensar que o foco disso é o governo federal com o enchimento da máquina. O ponto está muito mais enraizado, já vi reuniões de Cesar Hitler Maia (um homem que escreve ex-blog) com funcionários públicos em pleno Maracanazinho para lançar canditadura de amigos políticos, já vi comício de Garotinho e Rosinha até com carreata de ambulância. 

Se isso está longe da realidade do famigerado DOPS, ou dos campos de Auschwitz, é bom saber tudo isso começo com aparelhamento ideológico do governo. Alguns imbecis apontam que a ditadura apenas se defendia do terrorismo ou de uma outra ditadura comunista, seja como for,  não cabe a nenhum Estado a prática do assassínio de opositores a um eventual regime político-ideológico.

 Paralelamente a isso tudo algumas restrições na imprensa, e notícias tendênciosas dão o ar de liberdade a um movimento inteiro de lavagem cerebral. Em contrapartida os opositores do regime tem intenções ainda piores para confundir o povo, o que dizer de um partido que esconde suas próprias origens como é o chamado DEM? Colaboradores da ditadura, lacaios do neo liberalismo norte-americano, defensores do coronelismo no Nordeste. 
 

Está formado o campo fértil para um povo humilde, de pouca escolarização se confundir não só nas suas escolhas eleitorais, mas também nas suas opiniões. Ouço no dia-a-dia os pitacos mais esdrúxulos a respeito de tudo e todos, desde a tendência comunista de Lula até sobre a idoneidade de Sergio Cabral.


A vida segue e até essa confusão de opiniões me faz lembrar as origens dos regimes autoritários o nosso regime ditatorial sempre foi articulado nas edições dos jornais, nas salas dos Roberto Marinhos e não podia ser diferente dessa vez, pelo menos nesse momento os veículos estão divididos entre o populismo com enfeite de marketismo político e os factóides.

segunda-feira, novembro 08, 2010

"Suas atitudes falam tão alto que eu nem preciso ouvir a sua voz". Ralph Waldo Emerson, pensador americano

A vida digital proporciona novas formas de nos relacionar em sociedade. Lembro bem da minha sogra alegando que sempre se preocupou em fazer festas de forma a integrar os filhos na sociedade, já que como imigrantes, não tinham muitos amigos e familiares por perto. Hoje o mundo interconectado torna os relacionarmos  mais dinâmicos, e duradouros por perdurar ao tempo e encurtar espaços, torna por vezes esses relacionamentos menos ricos e afetuosos, mas não por conta da tecnologia usada pois ao mesmo tempo que é frio, coloca gerações na mesma página de possibilidades, eliminando barreiras entre pessoas, funções, idades, gêneros e idéias. Facilita o compartilhamento de olhares, sentimentos, conhecimento e troca de experiências de igual para igual, pois somos todos produtores de mensagens e conteúdos, quebrando a hierarquia entre emissor e receptor tão presente nos meios tradicionais.

Tudo isso é fruto da era em que compartilhar informações e conteúdos relevantes se tornou prática recorrente dos relacionamentos da nossa sociedade. Para começar esse tipo de relacionamento vem mudando, não só os relacionamentos interpessoais, como também os relacionamentos entre meios de comunicação e público, Estado e contribuinte, empresas e consumidores.As novas tecnologias permitem às pessoas dividir suas experiências, o que dinamiza as escolhas a partir da experimentação concreta e real do outro.

Grandes marcas de produtos deixam de ser soberanas no controle de divulgação de benefícios e limitações dos produtos, a voz dos consumidores tem adquirido iguais proporções e com mais legitimidade, pois partem de uma experiência concreta de uso e de uma opinião isenta de interesses comerciais. Com isso novos produtos são criados com base no feedback dos usuários, novas marcar vão avançando sem necessidade de marketing agressivo.

Eu mesmo cheguei a comprar uma televisão Samsung e depois de problemas com a mesma, acabei influenciado por milhares de listas de discussão que clamavam por evitar comprar um produto de uma empresa que não está preparada a dar um bom atendimento aos seus clientes.

As empresas têm estruturas ainda muito voltadas para uma realidade antiquada, me lembra as empresas de informática antes do fim da reserva de mercado. Seus modelos de funcionamento estão estruturados sobre o velho privilégio de tempo entre a emissão de uma informação, o lançamento e a oferta de produto, e a resposta do consumidor. Hoje esse tempo (quando existe ) é cada vez mais curto, os consumidores de uma marca podem manifestar suas opiniões na mesma hora em que são abordados pelas informações, ofertas e propagandas. O que parece ser um movimento sem volta, pode mudar de vez o consumo em algo mas racional.

Uma empresa deve assumir que não é mais possível controlar o que é dito e nem a repercussão que essas informações podem gerar. Cuidar da imagem de uma empresa é cada vez mais cuidar da própria empresa, desde as condições de trabalho dos seus funcionários, até as emissões de poluição que se faz, sem esquecer da qualidade dos seus produtos e da usabilidade dos mesmos para o consumidor final. Enfim a voz será de quem paga a conta.