quarta-feira, julho 31, 2013

Onde nascem as palavras

Para muitos, as palavras crescem na cabeça, ganham volume e brilho como um cabelo embalsamado por um frasco de shampoo, outras vezes as palavras vem da alma, do coração e sem calma, atropelando as ideias. O fato é que, palavras as vezes gotejam e outras vezes vem em jarros embaladas pela emoção, dessas palavras que parecem que vem de um dom divino sem nada de cabeça nelas chegam ao papel sem muito pensar, como num forte descarrego de algo que está preso em outras vidas que nem sempre são as nossas, porque nem sempre vem de mim o jeito de escrever e o jeito de falar. É um pouco de todos nós, coisas que aprendemos e acreditamos. Quando se escreve, se lê um pouco ao contrário do que dita a cabeça, do que fala a alma. Quando se cria o que se vai escrever, se aproveita de tudo um pouco, de um pouco de ódio da vizinha do apartamento de cima, ao grito do padeiro na esquina, tudo vale porque tem muito de vida no que contam as palavras. 

Muito fica entre a ideia de escrever ou não escrever, extravasar ou não a nossa emoção? Isso sempre será uma dilema. Prender isso tudo, parece como agir contra um dom divino e dá até aperto no coração. É mais forte que eu vim, é mais forte que mim e mesmo que o correto seja eu, é do jeito que vem que vai ficar! Escrever é assim como um longo transbordar de palavras que brotam da cabeça ou da emoção. O projeto final nunca sei se fica bom, mas a mim só basta testar.

Penso no sonho da noite, na noite acordado, no pensamento que vem livre, não ponho regras às palavras mas meço as palavras que vou publicar. Porque a vida é isso, pesar e pensar se a emoção da gente chega aos jarros e aos choros a quem vai ler. É preciso dosar com dignidade pois nem sempre existe o mesmo momento de sincronia do que é do coração. Muito do que passa na cabeça, não se escreve, mas se aproveita com atos liberando nossa emoção, outras vezes censuramos os pensamentos sufocamos nosso amor e as palavras chegam e caem no chão. Mas nascem... nascem sempre, brotam de diversos lugares e situações. Nascerão sempre, pois onde houver emoção ... existirão palavras para contar uma história. Uma história de onde nascem as palavras.

sexta-feira, julho 19, 2013

Lista de desejos

Desalentado coração
A tudo que vieste
De tudo será terreno
Instintivo ...animal
Cubro-me de lascívia
Tudo desejo, quase imoral

Os belos cantos
Dos murmúrios do seu coração
Fazem-me te ouvir 
O brilho dos teus olhos
Olhos não maduros
Fazem-te enxergar-me
Em desejos escuros 
Profundos ...
Obscuros... 
 
Gosto de pessoas que me enxerguem
Além do que pareço ser
Gosto dos teus olhos pequeninos
Fechando em lindos sonhos
Em doces palavras
Feito fruta no pé
Desejo afinado  
Canto de fé 


Gosto do seu afagar como vento carinho
Que voa e que passa
Mas que satisfaz
Como um simples beijinho 
Que sua boca me traz 
Em desejo terreno
Na ausência da paz

Foge desalento
Encontra o meu tormento
Da forma em que sinto
Como se fosse santo
Incomparável, inatingível
Sofrido como um pranto
Feito pendências
De desejos do meu coração

Sinto saudade da lua
De seu manto de luz ...
De sua luz sem cor
Sinto saudade do amor  
Quero atingir o arrepio
Quero o doce frescor de teu cheiro
Seu tocar macio 
Um desejo de amor

quinta-feira, julho 18, 2013

Atriz coadjuvante França, a eterna!

 "As colônias não passam de estabelecimentos de comércio" - Choiseul Ministro das Colônias Francesas 1765

"Chupa elite !!!" Luis Carlos "Che" Orlando, ontem durante as manifestações no bairro do Le blond 


Apesar de geneticamente os povos mediterrâneos terem uma tendência depressiva, no sul da França o clima é diferente, eles estão muito mais pros italianos que parar os franceses do norte, tem sol, comem muito, existe fartura, são mais "globalizáveis talvez"A França demorou a perceber que ela foi o império que não emplacou, ficou sendo a vitrine do mundo e de um mundo que vive de opressão de uns e ostentação de outros, nesse momento de reflexão, caiu num pessimismo e hoje parece uma velha aldeia gaulesa perdida num canto qualquer. Ela tem o seu charme, sua potencia e seu estilo próprio, mas não foi o império colonialista comparável com Portugal, Espanha em Inglaterra. Foi um grande centro industrial, mas nem comparável com a Inglaterra. Foi invadida e destroçada por diversas guerras e ainda pensava na glória de Napoleão! E quando pensava que seria a tal, suas colônias romperam correntes e os Estados Unidos tomaram conta do mundo. Ficou rancorosa e como a antologia do Brasil que é o eterno país do futuro, mesmo com as nossas mazelas; a França virou o país do passado com as mazelas dela. 
Lembro sempre das manifestações de jovens nos subúrbios parisienses, ali estava refletido que era um país que queria se mostrar como exemplar, mas que escondia em seus subúrbios a fome e a miséria. Não falo de 68 quando em meio a guerras coloniais o povo clamava por "liberté", falo de 2006 quando ao menor indício da crise européia, os oprimidos clamavam por ... "egalité". Um país que perdia a sua intocável identidade vendo suas ex-colônias  desembarcando no Charles de Gaule e em Marseille, vendo os muçulmanos se tornando a religião da vez, vendo o inglês se tornando a língua falada nos metros. Vendo sua aldeia sendo invadida por milhões de turistas que queriam um pouco do glamour insustentável economicamente. Alguma semelhança com o que vemos hoje no Leblon (até o nome é francês !!)? É muito chato viver num ponto turístico do mundo pois não é sempre que queremos receber visitas em casa e esconder a "sujeira" pra debaixo do tapete.
E porque os franceses lotam Santa Teresa com chinelos e roupas ridículas ? Por que querem a liberdade de viver, porque no fundo sabem viver, nasceram com isso e possivelmente aprenderam na Tulherias. É como se um cara que fica o dia inteiro fingindo estar bem dentro de um terno e consegue um lugar onde possa colocar um chinelo abrir uma cerveja e ouvir um funk com uma bela mulata, porque isso está na natureza dele. A França  ficou muito tempo sozinha na contramão do mundo (graças a Deus!), imaginem como seria chato viver a ditadura da moda germânica, da culinária inglesa e do cinema americanos tinha boas relações no mundo socialista e no capitalista! A França tornou-se neutra em vários conflitos, prega o slow food, fala uma língua diferente do mundo, criou um cinema fora Hollywood ... Por fim teve que se render ao Euro, incorporou uma série de mudança no seu modus vivendi, descobriu que o Estado paternalista europeu faliu, mas descobriu também que vive num mundo de sonhos supérfluos. A "fraternité" de seu povo acabou em 1789 e a grande maioria das revoltas desde então são anti-institucionais, e colocam o Estado como alvo, igualzinho acontece agora aqui no Brasil e nas Primaveras mundo afora. Sim, a França ainda inspira o mundo, dentro de um contexto menor e ela é que não se toca disso!

quarta-feira, julho 17, 2013

O que realmente importa é viver por inteiro

Não basta estar junto, não basta dois corações se enamorarem e mãos se trançarem ... se no ruflar dos tambores, no silêncio da noite ... os murmúrios forem os da incompreensão! Não importa o que fazer para viver, o que realmente importa é o desejo ardente que se esconde dentro do seu coração. E nessa hora os sonhos aparecem e vão embora, porque desejos não são mais que vontades que podem vir, ou não! Que podem surgir do nada e nos abandonar pela eternidade. Não importa quantos anos temos para amar, se cada segundo pode ser intenso, não importam distâncias quando o pensamento guarda nossos amores dentro de nós, não importam as diferenças de idade se tudo o que se deseja é arriscar, é colocar tudo a perder e ganhar tudo com isso!
Viver, é uma eterna aventura, é seguir com o medo de tudo perder e mesmo assim ter a coragem e não se esconder, não importam se todas as afinidades são supérfluas, se os perfis não são compatíveis e se o ego não estão preparados para o dia a dia, aos poucos tudo se amansa e o calor dos dias melhores secam, e mesmo assim não vale a pena perder a esperança de um amor, porque isso significará perder a esperança de que todo o amor do mundo possa valer a pena. Não cabe ter os astros em linha se o coração que lhe toca é aquele, o impossível, o imponderável, o seu destino parece que ficou traçado desde todo o sempre, então... se houver um fio de amor que faça tudo valer a pena. É isso que deve ser vivido, são as adversidades que devem ser superadas, para viver um grande amor.
 Mesmo quando tocamos no centro da nossa tristeza temos que refletir que não é a vida que é maldosa conosco, temos que buscar compreensão por tudo o que passamos, e mesmo que não entendamos porque de tanto sofrimento, não adianta buscar explicações detalhadas, encarar os fatos e ter coragem para reagir nos faz abrir horizontes para pensar. Do contrário tornamo-nos murchos e fechados a novas experiências pelo medo das futuras mágoas.
Saber amar é saber conviver mesmo quando temos a alegria ou a tristeza, é deixar os planos de lado e entrar na êxtase de tirar os pés do chão, sem pensar, sem cautela, se entregando por inteiro sem medir as muitas limitações do ser humano, até que chega o momento em que se deve freiar, amansar o amor para que ele exista mesmo depois das chamas ardentes, mesmo que os fatos extrapolem as verdades, pois o que importa é ser feliz consigo mesmo, fazendo outra pessoas ser feliz junto. 
Muitos vão dizer que é preciso muito mais que amor para viver uma união, sim concordo! Mas quem aqui está falando de união, o amor por si só já extrapola muitas barreiras, e ele sozinho sustenta todo o resto que pode compor a união! Muitos cobram fidelidade, quando na verdade o que importa é a lealdade, não só com o seu par, mas a verdade da alma, que nos faz dormir e acordar revigorados. Chega um momento do amor onde o que pouco importa é onde o outro mora e quanto dinheiro ele tem, o que importa é morar junto, dormir e acordar com alguém do lado, pensando menos no dinheiro que se tem e muito mais nas coisas que podem ser conquistadas juntas, porque o homem é um ser social e não consegue viver sozinho, mais que social ... o homem é um ser amante e por ser amante ele também tem que amar a si mesmo e não se encolher diante das adversidades, para isso é preciso amar a vida e estar feliz dentro dela, mesmo que as contas estejam vencidas e que a doença esteja batendo em sua porta, felicidade é o estado de enfrentamento é quando tudo fracassa e o que sobra, é o sorriso no rosto por ter lutado, e por ter feito isso de mãos dadas, com o amor da sua vida, ou mesmo sem ele ... nos momentos vazios que a vida nos traz!
 

terça-feira, julho 16, 2013

Vida de viajar

Seu mundo é o infinito
Sua vida é viajar
Assim o dia é mais bonito
O sol tem mais raiar

Seu sorriso doce e largo
Como as luzes de um farol
Que me tira do amargo
Que incendeia o meu paiol

Olhar verde, negro, maduro lindo
E meu pensamento indo e vindo
Porque existe você
Acima de todo o prazer

Do sul do continente
Ao entorno do sol poente
Natal, Recife, Salvador,
Nova Iorque, Paris, Roncador

E pelos céus que és dela 
Nas terras de Gabriela
No mar, nos livros, no agreste
De Tieta do nordeste


Flanando, comprando e rindo
Conhecendo do mundo, o paraíso

Mais que sonhando
Mais que dormindo 

segunda-feira, julho 15, 2013

A pedra ... e a rocha que havia

Antes fui tenra areia do mar
Por livres pressões passei
Encontro dissonantes de força que havia
Sob fogo que ardia
Um agregado sólido de vários  materiais
Sofisticados minerais

Contive a fúria da chama da Terra
Abri brecha de transloucados vulcões...
Capa de todo o planeta, que dizem devia ter nome de Água
Não lembram porém
Que estou por baixo de mares
Talhada, já fui ferramenta também

Sou e serei sempre pedra
De idade infinita
Sem nada sem vida
Por onde passeiam seus pés
Pés machucados de mim
Pedras que entram nos sapatos 
Causando a dor por seus atos
Trocando corações por mim

Rocha sólida, que se fura diante da água
Rocha pedra que atrapalha
E precisa ser ultrapassada
Sou tudo ... e sou nada
Diamante tesouro ou pó da pedra que havia

Lava liberta de força que emana da Terra,
Estou por tudo onde passes
Esculpa-me e serei arte ..
Modele-me serei abrigo
Pra sempre estarei contigo

Jogue-me ao longe para mostrar sua raiva
Conter sua revolta para com tudo e com todos
Sou a defesa contra a covardia
Que jogue a primeira pedra então
Sou força de todo um planeta
Que de mim faz templos ... castelos, perdão!

Sou eu mesma que quebro
Pelas mãos de um jovem
De um velho
Pelas forças das idéias
Um grito e um arremesso
Sou presa no infinito
Sou sua liberdade.

terça-feira, julho 09, 2013

Viver na plenitude da vida

Por um largo remanso de um lago, por uma centímetro de um precipício, a vida está aí e é pra ser vivida, nunca escondida. Temos que nos abater sim, mas que seja por um minuto.. porque existe a coragem de levantar, de olhar pra frente. Mesmo que não se vislumbre o que tem pela frente vamos conseguindo andar pelas tijoladas dessa vida. 
E se muitas vezes as ações não entram em acordo com o discurso, discurse mais, porque um dia ele conseguirá comandar as ações ... como um mantra que é repetido a cada dia, que vai entrando em nosso inconsciente, como um ópio que nos dopa para dar a dormência necessária para seguirmos em frente, sem ver o que tem pela frente, sem pensarmos. Viver na ansiedade de dias melhores, já é bem melhor que só viver na ansiedade de coisas ruins, que nem sempre se configuraram. Esse é o maior problema de planejar a vida, ela nunca será 100% "planejável". Se não soubermos rasgar planos, nunca teremos jogo de cintura para enfrentá-la, e se a cabeça é redonda pra permitir os pensamentos mudar de direção.... mude! Ame ! Ame a vida e ame a si mesmo, contagie os outros com o seu sorriso, mesmo que o seu sorriso seja disfarçado de uma tristeza profunda. Mas enxergue que esse mesmo sorriso vai conquistar uma fina alegria de viver e vá vivendo com isso, até que se torne um rio caudaloso novamente.

Viver sem saber do amanhã pode ser muito ruim, arriscado, mas podemos tentar sem ter tudo necessariamente planejado, podemos tentar viver sem olhar nosso passado, que ficou pra trás, com glórias e derrotas. Sobraram cicatrizes, ensinamentos e lembranças. Sobrou o que somos hoje, nossa força e nossa convicção. E sempre temos algo a mais para conseguir vencer os novos desafios, nossos problemas vem na capacidade certa para que possamos ultrapassá-los. Nossa vida nos ensina a não ficar parado. E aí chega uma hora em que não importa o que nós fazemos para viver, o que importa é viver intensamente com tudo que a vida nos traz.
 

sexta-feira, julho 05, 2013

Então ... vamos falar de AMOR

Para ouvir enquanto lê - Follow you ... follow me

Porque a vida é bela ? Porque nela existe o AMOR e para ter o AMOR de uns, existe o desamor de outros.. daí a tristeza e a alegria da vida, tudo condicionado ao AMOR. Porque de todas as coisas que existem no mundo, as que são feitas com o sagrado coração no AMOR, tem mais vida. E para aqueles que sabem apreciar o bom espírito do AMOR, que fique sempre o cheiro das rosas em suas mãos.
O AMOR, é algo que vem de dentro de nós, que nos contamina como um sorriso, um bocejo, um tique nervoso qualquer. Ele é incontrolável, mais forte que nós, mais forte que o nosso pensamento e mais forte até que a vontade de dizer ... não. A negação do AMOR é algo difícil, incerto. Daí surge o ódio e porque não dizer que o ódio é o AMOR às avesas?
Não é possível controlar os sentimentos dos outros, mas podemos controlar os nossos sentimentos, porém, só quando o que sentimos não é o sentimento mais nobre, o AMOR. Quando é AMOR o que se sente, fica difícil não expressá-lo, não transparece-lo. Fica difícil negá-lo, porque é fácil esconder o ódio e impossível esconder de nós mesmos o AMOR ? O sentimento é tão natural, tão instintivo, mexe tanto com o nosso corpo que fica provado assim que o ser humano nasceu para AMAR.
O lado bom do AMOR, é o que une as pessoas, mas nunca esqueça, existe também o AMOR que separa,o AMOR que massacra, o AMOR que foge das nossas mãos como areia quente em raio de sol e as coisas boas podem vir seguidas de decepções, existem os AMORES que vão embora, sem explicação, AMORES que morrem, e por isso que existe o medo de se envolver, o medo de se decepcionar, o medo de AMAR! Viver sem AMOR, nem que seja AMOR ao próximo, nem que seja o AMOR próprio, é viver pela metade, metade de tudo que a vida nos traz, porque sem o AMOR teremos olhos cegos para enxergar o bom da vida.