Usar a palavra é um dos poucos meios que dispomos de entrar para a posteridade, não que seja esse o meu intuito aqui nesse espaço. Meu intuito é somente tornar público o que fica guardado na minha mente e nos meus escritos "secretos".
quarta-feira, abril 30, 2014
Desassossegos
Escrever é uma tentativa de compreender as próprias circunstâncias e esclarecer a confusão da existência. É com base nessa inquietação que inconformistas crônicos se tornam escritores depois de fracassar em outros ofícios.
Desassossego da vida, desassossego da alma, quase uma antítese da alma de quem busca a paz, porém paz e sossego se ganha com sabedoria e o que é esta outra senão a inquietação de querer aprender a atingir a paz. Nascemos de um momento de desassossego de nossos pais, de uma inquietação embrionária e de outras tantas que culmina no desassossego de ficar numa placenta, morremos da inquietação de alguma coisa até que ganhamos a paz eterna e o sossego da alma.
Vejo amor nos seus olhos
Esquecer de tudo, viver aquele momento, era o mais crucial, chegava a ser até racional largar tudo e se ater a ser feliz por algo tão bobo, que sentimentos tão fortes produzia. Momentos para não se arrepender, momentos feitos para amar. Suspirou e tentou se recompor, mas ai estava o desabrochar de uma poesia. Como um copo transbordando de ternura depois de ficar cheio mas se manter estável. Aquela frase transbordou com tudo fez a vida virar poesia, fez o tédio virar canção, coloriu sua noite e apagou uma planilha inteira.
Porque poesia se escreve na alma e nem sempre na solidão de uma folha de papel, poesia se escreve com a vida com as nossas experiências, sentidos e com as experiências que vem dos outros. Poesia se escreve em conjunto quando se vive uma harmonia de um amor eterno. Porque poesia se escreve quando tudo que se passa nos olhos vem do coração.
quinta-feira, abril 24, 2014
Raios no silêncio
Raios de luz no céu escuro
Raios que me levam ao Reino das palavras
Palavras que escuto
No silêncio do meu coração
Porque quando se está em silêncio podemos ouvir
Coisas guardadas na alma
Reflexões do silêncio que habita o maior dos tagarelas
Existe então a força do saber ...
Do compreender da vida
Uma força que extrapola todo o silêncio
Que se faz ouvir no fundo de nossa mente
Tristeza excita a palavra
Felicidade também
E o amor porque não
Tudo que é emoção faz ecoar
Como um raio de sol
No meio do céu escuro
É a luz excitando a vida
Diante da escuridão
terça-feira, abril 15, 2014
Infindáveis tempos de um amor
Acabam por lhe trazer de volta o pensamento que havia
Num mar, que de agitado, arrebata o meu ser.
Ofegante de respiração contínua
Transpirando de suor incessante
Causado pelo magma incandescente
Que não esfria nunca
Quando penso em você
Vento que sopra a favor de nós
Uivantes como tempestade ....
Leves como a brisa poeira na carne quente
Que se desmancha
Em luar que faz do fervor
Um gélido anoitecer
Que renasce em novo dia
De cálidos testemunhos de que somos nós
Evaporados como água
Num ciclo de águas sem fim
Coisas infindáveis da vida
Esverdiáveis ressurgências do dia-a-dia
Que se seguem por todo um ciclo
Que extrapolam todo o amor que houver da vida
Ou toda a vida do que se há de amor.
quarta-feira, abril 09, 2014
Reinauguração !
"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos."
Fernando Pessoa
Abraço Trino, saindo da margem.
Esse blog ficou meio parado enquanto o outro bombava com centenas de leitores, como o provedor acabou com o serviço fiquei órfão por alguns meses mas vamos retomar tudo.
sábado, abril 05, 2014
Terça Feira
Mas porque iria de ser, se não é uma sexta?
Porque ela é igual a uma quinta ou uma quarta
Porque é uma noite para nós dois.
Tem tanta lua como o domingo que passou
Tem tanta magia que ficou
Luz que emana de um sábado atrás ...
Gravado em nossa memória
De que dias não são especiais
De que dias não voltam atrás para reparar os deslizes
De que fazes tua alegria como condizes
Pois todo o dia é dia
De viver a alegria
De sermos amantes
De sermos felizes ...
O viver
Onde eu vivo paixão, vivem dinheiro
Onde vivo mero desejo
De viver o que se apresenta de planos
A vida escolhe o caminho de traços enganos
Vivendo de sins vivendo de nãos
Correto de espírito
Morto de tesão
Vivendo de luz cercado em mistério
Vivendo nas trevas de clara insatisfação
Vivendo um mundo inteiro
Vida de justa que morre em pranto
Vida bandida com tiros de canhão
Vida de instinto como animal
De outras vidas que aprenderam como viver
Vidas passadas que se cercam de nós
Desatados com vida de contras e prós
Vida que segue até o dia da morte
Vida pautada de azar ou de sorte
Que a faz desigual
Da vida de outro ou da vida de um
Das vidas, de vida em comum
Sempre diferente se faz
Quando se vive sem estar na plena paz.