sábado, novembro 10, 2012

Questão de tempo

Se eu falar para o meu filho o que é um talão de cheques ele vai rir da minha cara, no dia que eu contar pra ele que quando eu nasci meu pai não tinha TV a cores e não existia telefone celular, com certeza ele terá dificuldades de entender como as coisas funcionavam e como o mundo chegou onde chegou.

Isso basta para eu me sentir velho, para sentir que o meu tempo já passou e que a nossa vida é parte do nosso tempo, o nosso registro de vida não perdura na história como um único ser, mas como toda uma sociedade com costumes e ideais. Não existimos para a história a não ser que sejamos ícones do coletivo. Num mundo individualista como o nosso, pensar no coletivo é algo tão incomum que simplesmente qualquer um que falar a besteira que for em nome de uma coletividade e vai ganhar seus 15 minutos de fama em um dos vários programas medíocres que passam na televisão.

Não podemos perder o nosso tempo ... isso é tudo que nós temos porque a vida é feita de tempo. Podemos ter carros, dinheiro, status, amores... mas somos apenas a obra que nós construímos. O dia que o nosso tempo acabar, deixaremos apenas o que construímos de bom, a mediocridade fica parada no nosso tempo e não ultrapassa a barreira da nossa existência.
Se construirmos uma obra boa, durante algum tempo ela perdurará para nossos filhos e para nosso mundo, já que somos parte do mundo.

O tempo passa como um flecha, quando nos damos conta nossa vida passou e nossos planos foram tão estrategicamente traçados que não tivemos tempo de executá-los. Nossos sonhos foram sonhados mas não vividos, nossa existência se acaba como um talão de cheque ou uma máquina de escrever para a sociedade.

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