O vício virtual

Como explicar o comportamento de muitas pessoas diante do boom da internet de dos dispositivos eletrônicos de mobilidade, um misto de vício, dependência  tomou conta de todos e pode ser encarado em muitos casos como doença. 
Existem aqueles que fazem uso da internet, redes sociais, sites de relacionamento para resolver um problema pontual das suas vidas, existem outros que vivem no mundo virtual tendo total dependência da imagem que passam pela internet, de ter mais amigos virtuais que outras pessoas, de terem mais cliques, mais likes e etc. Em muitos aspectos buscar a internet para num momento entediado para arejar a cabeça acaba sendo uma fuga, o sentimento comum é o de inveja, tanto causar quanto ter. Ver que os amigos estão casando, tendo filhos, viajando para o exterior ou num hospital as vezes vai além de simplesmente buscar notícias ou informação e nem sempre a internet pode ser o melhor meio de ter um contato que deveria ser mais afetuoso como um visita a uma tia doente, uma ligação aos filhos que moram longe ou mesmo o velho charme de uma carta bem escrita com um desenho de coração.
Likes não substituem desenhos num espelho enevoado, compartilhamento de mensagens não substituem olhos nos olhos para se falar palavras simples. 
Sim a internet aproxima as pessoas, mas as afasta rapidamente também. É preciso ter cuidado com a massificação de sentimentos vazios à distância de um clique da nossa cabeça será que gostamos mesmo daquela foto em que demos um like? Será que expor nossa vida na internet não passa a ser uma carência de afeto sendo substituída por likes e comentários ? Será que buscar a vida dos outros na internet não alimenta nossa própria inveja ? Ninguém fala das suas derrotas, mas elas existem, não as encontramos nas timelines mas muitas vezes é depois de uma derrota que precisamos que precisamos dos amigos por perto. Ter a sensação de que os outros tem vidas bem mais felizes que as nossas alimenta uma inveja que é pouco discutida na sociedade, o próprio nome já é um tabu. O fato é que a inveja é um sentimento ruim, mas ela existe, se seu sentimento for um mal-estar pela felicidade dos outros, ou um desejo incontrolável de estar no lugar dessas pessoas, você está com inveja. E a inveja é alimentada fartamente pela alta exposição e que quase sempre não condiz com a realidade da vida não virtual. Nem todos são felizes numa rede social!
Se expor publicamente pode ser uma necssidade de autoafirmação, uma máscara virtual que é vestida por pessoas com baixa autoestima, e veja bem meu amigo isso não é nenhum mal ! São armadilhas do mundo virtual que podem deixar qualquer um suscetível, é preciso um pouco de racionalidade no trato com a exposição. É preciso entender que nem sempre quando tentamos nos mostrar como bem sucedidos, estamos totalmente com esse sentimento, e interpretações diversas podem existir diante do nosso post de um carro novo, da viagem ao Caribe ou do nosso status #felizquenempintonolixo.
Somos seres sociais por natureza, conviver socialmente de forma dinâmica com o uso da tecnologia tem sido interessante sob o ponto de vista evolutivo, porém até que ponto não estamos dependentes disso? Pior será que não estamos dependentes dos aparatos tecnológicos também? Se viver sem uma conexão pode te deixar irritado ou esquecer o celular em casa pode te fazer voltar do meio do caminho, então é preciso se se cuidar isso tem nome ... tecnomaníaco! Experimente ficar um dia inteiro num hotel fazenda ou na praia sem olhar o celular, ou mesmo testar sua habilidade para chegar em um lugar sem o GPS, fazer a conta do boteco de cabeça. Perceba aí o quanto você está dependente da tecnologia.
Viva o sentimento dos momentos, curta o show ao invés de só registrá-lo. Tire fotos dos momentos especiais, ao invés de tornar qualquer momento especial pela quantidade de fotos tiradas. Coma a sua comida saboreando ela quentinha ao invés de deixar esfriar enquanto posta a foto no Instagram! Viva sua vida real!