segunda-feira, setembro 16, 2013

O fim do assistencialismo

Vez por outra eu vejo alguns debates de eleições para presidente, desde 1992 tenho alguns gravados (ainda em vídeo cassete) e me surpreendi em ver que tudo está disponível na internet, ou seja qualquer um pode fazer esse exercício de cidadania e reflexão (e dar boas gargalhadas é claro!).  Com isso podemos acompanhar um pouco da história política recente do nosso país. Acredito que não amadurecemos muito politicamente e os erros da época da eleição de Collor podem ter seu paralelo vendo que o deputado federal mais bem votado em 2010 seja o Tiririca. Contudo o nível de discussão pouco mudou mas avançamos nos temas, e se antes discutíamos o nada, o idealismo pós ditadura e a inflação, passamos a discutir, sobre desemprego, fome zero, controle da inflação e enfim crescimento econômico! 
O país cresceu, sua corrupção também ! Muitos associam isso com os governos do PT, eu tenho uma visão mais simplista disso. O Brasil nasceu corrupto é bonito e corrupto por natureza e os políticos são um reflexo do povo que não pode ver um caminhão tombado na estrada para querer levar uma lembrancinha da carga "que seria perdida de qualquer jeito". Essa corrupção começou no Brasil colônia, seguiu firme nas Capitanias Hereditárias e no Império culminou na República do Café com Leite e durante a Ditadura Vargas, o governo de desmandos de JK e Jango e ... foi suavemente escondida durante as cortinas pesadas da ditadura militar e o governo Sarney. Aos poucos ser corrupto passou a ser normal, alugar um carro que não é seu para benefício próprio é dito na maior cara de pau por nossos políticos. E o povo fica descrente, apático, manobrado, esse terreno fértil para aventuras políticas, como Fidel em Cuba, Chavez na Venezuela, Hitler na Alemanha e assim florescem nossos grupos neo nazistas
Paralelo a isso tudo o debate do país é como repartir o bolo, cumprir a melhor agenda turística do mundo e se preparar para avançar mais... a discussão passa por assistencialismo barato dos bolsas família, que erradicou a miséria do país, é certo, que cumpriu boa parte dos seus objetivos, mas ... já deu! Precisamos de médicos, emergencialmente o governo cria um programa para isso, ótimo, mas e depois? Quando vamos começar a fazer o nosso crescimento ? Afro descendentes não tinham oportunidades iguais de trabalho, criou-se o regime de cotas, não concordo, acho discriminatório mas vá-la ter isso por 10 anos até que o processo educacional de conta de incluir igualitariamente a população, e aí nos deparamos com a verdade incomoda não temos sistema educacional, e com isso vamos continuar tendo que trazer especialistas de fora, vamos continuar sem educação no transito, vivendo num mundo de quotas e dando peixe. Todo esse assistencialismo teve resultados, é certo. Houve uma drástica redução na  linha da miséria devido a esses programas outro fato que demonstra mérito é dado pelo Banco Mundial, OMS e a UNICEF em 1990 de cada 1000 crianças com menos de 1 ano, 52 morriam. Isso foi reduzido 75% e hoje 13/1000 vem a falecer. Isso aponta melhoria nos sistemas básicos de saúde da mulher, melhores exames pré-natal e melhoria nas condições de vida das crianças. Se expandirmos esse número para crianças até 5 anos, a redução é de 77,4% como comparativo no resto do mundo essa diminuição teve uma média de 50% em outros países. O número brasileiro é de 37.000 crianças mortas no ano passado, mas esse número já foi de 180.000, boa parte disso se deve ao assistencialismo, mas chegou a hora de avançarmos diminuindo a dependência que a população tem desses programas, mas ... sem deixar que esses números volta a aumentar. Assim o programa assistencialista dos governos pós Collor poderão ser finalizados com a idéia de que tenha valido a pena. 

Um comentário:

Unknown disse...

Os grandes teóricos da inclusão, pais dos sistemas de cotas, sempre disseram que esses programas tem de nascer já com data para acabar. Geralmente com um prazo de 2 gerações (20 anos), pois seria tempo suficiente para vc modificar as condições hoje, e daqui a 20 anos ninguém mais precisaria de cota ou programa assistencialista. Mas aqui no Brasil, procuram eternizar o assistencialismo e perpetuar a péssima educação, o que tem muito a ver com o que os nossos políticos desejam de seus eleitores: Cabos eleitorais perpétuos e agradecidos de uma política perversa e maniqueísta. Difícil é mudar isso.