sábado, dezembro 01, 2012

A crise - uma visão histórica capitalista.

Na terminologia moderna, o termo crise econômica é um termo originário da economia marxiana onde um ciclo econômico dá lugar a outro deixando um período de incerteza e pouco crescimento econômico. Tivemos grandes crises ao longo do tempo, desde a transição das monoculturas coloniais, para dar lugar aos ciclos industriais, até a mudança do carvão para o petróleo, fazendo uma verdadeira partilha do mundo, que inspirou novas crises do preço do petróleo na década de 70. Porém a primeira grande crise com impactos mundiais de deu na década de 30, quando o nível de crescimento da economia americana não acompanhou o desfecho da primeira guerra e a recolocação das potências em seus lugares de origem.

A grande depressão, como foi chamada quebrou a bolsa de Nova Iorque e abalou exportações em todo o mundo, no Brasil toneladas de café queimado no Porto de Santos ficou como o marco desse período, ali se pode observar com mais clareza que a economia mundial estava amarrada num grande pólo econômico (nesse caso os EUA) e que essa tendência iria permanecer ao longo do tempo. Mais algumas crises no pós guerra atrelavam a economia à questões políticas, tanto num cenário capitalista, quanto no mundo socialista (culminando em crises de abastecimento em Cuba e na URSS e a Grande Fome na China).

Na década de 70 temos as crises do petróleo que sacudiram o mundo, a década perdida dos anos 80 tivemos a crise da dívida externa dos países latino americanos, que quase derrubou o Brasil e na Era Reagan o prenúncio da crise que vivemos hoje com a desregulamentação da economia em prol de interesses escusos de Wall Street, com isso em 1989, todo o sistema de poupança e empréstimo americano entrou em colapso, depois vieram a bolha especulativa japonesa em 1990,que criou a crise na Ásia, os ataques especulativos da Europa em 1992, crise do México em 1994, mais crise asiática em 1997, desvalorização do rubro em 1998 e crise Argentina em 2001. 

O sistema econômico mundial estava montado num emaranhado global em 2008, a ponto de que práticas econômicas ensinadas nas maiores universidades de economia pregavam uma completa desregulação da economia e  níveis de crédito e investimento baseado em categorias de risco feitas por agências sem regulação ou metodologias para fazê-lo, por sorte o Brasil ficou na contramão disso tudo e o que passou por aqui foi uma marola, como disse o presidente Lula na época, regulação da economia pelo governo é um ponto característico da nossa economia!

O sistema financeiro ruiu e o prejuizo dos bancos foi pago pelos governos, o efeito dominó afetou Islândia, Estados Unidos, Grécia, Espanha, Portugal, Itália e hoje a França saiu de protagonista da retomada para expetadora atenta as conduções que a União Europeia prega capitaneada pela poderosa Alemanha.


 

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