terça-feira, fevereiro 25, 2014

Honrados presidentes de fardas - Itaipu - parte 2

Existia um projeto de construção de uma mega usina hidroelétrica no Rio Iguaçu, com capacidade de produção de 10 milhões de quilowatts, projeto concebido e iniciado no governo Jango, os militares entram no circuito vendo uma boa oportunidade de roubar e param a obra e reiniciam várias vezes até que em 1974 o governo Geisel decide barganhar com a ditadura de Alfredo Stroessner no Paraguai para ter sua ajuda na Operação Condor (de repressão política). Ao invés de manter o projeto todo em território brasileiro, é criada a Companhia Binacional de Itaipu para produzir 12 milhões de quilowatts e dividir isso com a ditadura amiga. 

Era um momento para o Brasil se recolocar diante da mão pesada contra Solano Lopes a fim da Guerra do Paraguai, oferecendo benesses aos caciques de política paraguaia, ao invés de ter para si 10 milhões de quilowatts num investimento só seu e uma produção só sua, o Brasil resolveu ajudar o irmão de armas financiando a parte do investimento dele e ficando com uma produção de 6 milhões de quilowatts.

Foram vários bilhões de dólares consumidos em empréstimos ao Paraguai e que seriam pagos com energia produzida, como existia uma cláusula no contrato que dizia que toda a energia não consumida pelo Paraguai seria comprada pelo Brasil, os empréstimos nunca foram totalmente pagos (vencem em 2023), o Brasil comprou por anos a produção não usada pelo Paraguai, as ditaduras de mantiveram no poder por mais uma década. Com a movimentação da usina para alguns quilômetros rio acima a fim de beneficiar o Paraguai, inundou-se a cachoeira mais bonita do mundo, Sete Quedas, um dano ecológico e turístico irreparável. 

E alguns vem falar do Porto de Mariel ??? Acredito que Itaipu seja o precursor de Belo Monte.

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