quinta-feira, fevereiro 27, 2014

Honrados presidentes de farda - Minérios - parte 4

Logo após o golpe de 64 o Serviço Geológico dos Estados Unidos passa a ter acesso a levantamentos feitos por uma empresa brasileira que detalhava estudos nas regiões da Serra do Navio e Carajás. Segundo esse estudo só em Carajás havia uma jazida de calcário e minério de ferro na ordem de 18 bilhões de toneladas. A empresa United States Steel passa a ter acesso a esse documento (possivelmente por meio de corrupção dentro do governo americano). Com a promessa de que iriam começar a explorar imediatamente a montanha, eles conseguem do governo um alvará de exploração, mas como sempre, não exploram e sentam na montanha de maneira proposital. 

10 anos depois a United States Steel negocia com o governo um empréstimo de US$ 1 Bilhão para explorar o minério de ferro de Carajás, o governo era dono da concessão mas como não tinha dinheiro para emprestar acabou comprando a concessão de volta por US$ 50 milhões e deu a concessão de exploração do Manganés de Carajás (que não havia sido citado no primeiro levantamento) avaliado na época em 45 milhões de toneladas, com isso levaram também o próprio minério de ferro, o nióbio, o ouro e ... o ferro!

A reboque o governo financia "obras para o progresso da região", sem saber ainda como investir e sem estratégia nenhuma, bilhões são jogados fora dando às multinacionais instalações e impostos da Zona Franca de Manaus, a hidroelétrica de Tucuruí e a rodovia Transamazônica (que fica inundada 6 meses por ano). É claro que isso demonstrou bases para o desenvolvimento da região, o que não se conta é que desse bilhões uma boa parcela foi paga como comissão de obras super faturadas, compra de informação privilegiada para negociação de terrenos que seriam impactados pelas grandes obras e etc. Algo como quando excelentíssimo presidente Sarney decretou em 87 que a ferrovia norte-sul passaria por suas terras no Maranhão e com isso ganhou uma bolada em concessões, ou quando a mesma ferrovia que serve a Vale do Rio Doce passou a receber financiamento do governo mesmo depois da privatização da Vale.

Assim a Amazônia vai sendo loteada empresas como a Ludwig, Suyá-Missu, Codeara, Paragominas, Georgia Pacific, Bruynzeel, Volkswagen, anderson Clayton, Goodyear, Nestlé, Mitsubishi e Mappin ganham seu quinhão escoradas pela criação do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária que ainda lhes concede dedução de imposto de renda.

Até os bens sociais deixados pelo governo militar devem ser revistos, por exemplo em 1969 a Phillips Petroleum (Ultrafértil) conseguiu pessoalmente do presidente Costa e Silva o compromisso da construção de um grande conjunto habitacional em Olinda. No local existe uma grande jazida de fosforita que concorreria com as jazidas da Phillips e que iria criar uma concorrência com sua mega fábrica de fertilizantes que poluiria anos mais tarde a cidade de Cubatão.

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