Amor imaturo

É comum escutarmos das mulheres a já batida crítica que diz que os homens parecem crianças e que são imaturos emocionais. Aí ainda entra aquela velha desculpa de que instintivamente o homem não se fixa no território e que é um reprodutor enquanto a mulher é uma progenitora, a verdade é que isso tudo mudou e hoje a mulher cumpre um papel de maior independência na sociedade. E como ao longo da história prevalece a idéia de que os homens detém mais poder e felicidade , as mulheres resolveram também assumir esse papel de reprodutora frenética e tem cada vez mais se entregado a paixões baratas sem o envolvimento emocional de um amor maduro. 

Conta nisso tudo, o medo de decepções e sofrimentos, pois entregar-se a um amor sem reservas parece ser uma ameaça assustadora a nossa independência. Existem pessoas que simplesmente desaparecem ao menor sinal de que isso possa acontecer, amar é uma espécie de vulnerabilidade e fugir dele é uma das nossas defesas, que acaba por nos tornar ... egoístas! Relacionamentos sem cumplicidade, amores de finais de semanas, falta de comprometimento e superficialidade. Sexo pelo sexo passou a ser algo corriqueiro e banal, a figura do colecionador de mulheres  que seduz várias e que não se envolve com nenhuma nos dá a impressão daquela criança mimada que tem muitos brinquedos mas que não gosta de nenhum e que sempre quer um novo. A não existência de um preferido faz com que todos os demais brinquedos sejam distrações temporárias. Esse fenômeno não é mais restrito aos homens, existem muitas mulheres utilizando o sexo como fuga para suprir suas carências afetivas, suas inseguranças quanto ao corpo e a dificuldade da vida. 

Amar é viver a profundidade de tudo que é bonito e sublime, abrir mão disso é abrir mão da vida, quem se entrega ao amor está sujeito a decepção, a rejeição, a traição, ainda mais numa sociedade contaminada e pervertida. Mas viver o contrário disso é perder um pouco da fé na vida, é perder um pouco de si mesmo para viver na superficialidade das coisas.