Muitos já me chamaram de petista, esquerdopata sem nunca terem ouvido a minha verdadeira posição sobre política. Sempre tive uma simpatia pelas esquerdas e seus discursos mais humanísticos, e comecei a prestar atenção em Lula quando de sua escalada para o segundo turno com Collor em 1992. A verdade é que Lula me parecia o único líder de um partido pouco confiável, o PT do Rio era todos faccionado e os nomes que vinham de São Paulo não me inspiravam confiança, Brizola, Covas, e até Roberto Freire tinha um discurso muito mais alinhado do que o radicalismo do PT. Naquela época eu não entendia como um cara que nunca trabalhou estava disputando a presidência com o bem preparado e apoiado pela mídia Fernando Collor de Melo, muito mais por simpatia e piedade do que por convicção política acabei torcendo muito por ele (só torcida porque nem tinha idade para votar!) diante do filhote da ditadura.
Anos de passaram e o governo Collor deu no que deu, se seguiram, o governo Itamar e as eleições de FHC e eu passei a ter uma certa antipatia com o PT, apesar de ver Lula muito mais bem preparado, via os avanços do país pelas diferenças de discursos a cada eleição, os temas saíram de volta da ditadura, inflação galopante para fome, desemprego, e reestruturação econômica. Daí veio o apoio ou não do plano real, as privatizações, as propinas da reeleição de FHC e enfim Lula chegou ao poder, sim dessa vez enfim com o meu voto! Tudo ocorreu, exatamente quando ele trocou a ideologia pelo marketing político, exatamente quando o radicalismo do PT deu lugar ao Lulinha paz e amor, mesmo assim as vésperas da sua posse o papo era de que hordas de empresários iam deixar o país, veio o auge econômico e sintomas para deixar qualquer empresário sorrindo. Mas seguido disso uma coisa que eu detesto, o continuísmo político e o ideário de perpetuar-se no poder, humm pensei logo, aí tem treta! Desde então nunca mais votei no PT, apesar de até hoje achar que o primeiro governo Lula, colocou o país no eixo do crescimento, com uma justa distribuição de renda com ganhos efetivos para o trabalhador.
O aparelhamento do estado já estava instalado! se seguiram mais anos de Lula e Dilma (quem ??). E hoje vemos o saldo negativo, a perpetuação do PT no poder fez tão mal ao país, não somente pela corrupção sistêmica que
detonou a maior escândalo do país, mas pela exposição permeável entre o crime organizado e as esferas de poder, tudo comprado com mensalões de dinheiro. A política econômica se mostrou falha simplesmente pela soberba de Dilma não deixar que ela visse seus erros, programas do PAC muito pouco discutidos com a sociedade, flexibilização fiscal sem contrapartidas que proporcionasse avanço tecnológico ou ganhos para a sociedade. Fim dos investimentos em biodísel e do pro álcool e enquanto o mundo falava de fontes renováveis de geração de energia, nós apelávamos para as termoelétricas para conter uma crise energética, enquanto os investimentos de pesquisa se voltam para o grafeno e carros elétricos, aqui a isenção de imposto para as montadoras é para segurar os empregos construindo ainda as carroças de Collor. Para mim não foi só aí que o país perdeu, os anos se passaram e nada foi feito para eliminar o analfabetismo e melhorar a educação, esse tema essencial para o crescimento da nação nunca esteve na prioridade política e o que se viu foi reme reme político. A maior bravata veio em abrigar aqui no terceiro mundo sem educação, uma copa do mundo e uma olimpíada.
A maior perda foi moral! Lula tinha a faca e o queijo para fazer ressurgir no país o ideário de um líder, tinha a força política para fazer emplacar as reformas que tanto precisamos, deixou isso para a Dilma, que fraca e incompetente, mal se segurou no poder. Ah! movida por um golpe sim ! Mesmo que tenha sido disfarçado e até melhor pro país, mas que a pedalada não era crime .. isso não era não! Justo seria ela ter saído por conta do caixa dois da campanha dela e do Temer !
E aí sobrou o acordão sendo tecido por fios longos do passado que vão livrar a cara de 5 ex - presidentes e mais uma penca de senadores, sobrou o tom de rancor e revanchismo de uma bipolaridade tosca que não ajuda ao país, sobrou um executivo esvaziado, um legislativo sem moral política para conduzir qualquer reforma e um judiciário que tomou as rédeas da nação como se fossem os bastiões da moralidade, quando nunca foram. Ritos sumários e vaidades com tom de revanchismos tomam as manchetes dos jornais. Ninguém preocupado em respeito as instituições, reflexão sobre o futuro do país e juízo de valor, a busca por salvadores da pátria esta lançada, num filme que se repete a cada ciclo político....
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