terça-feira, outubro 29, 2013

No íntimo de um amor

Das muitas emoções que afloram de nosso íntimo, provavelmente a mais profunda , é a experiência do amor.... é através do amor que se atinge a mais profunda reflexão do monge, a caridade do justo e até a sabedoria de um mestre. É a partir do amor à vida que somos levados a contemplá-la e ver que a vida nos proporciona momentos intensos. É o amor que nos traz as mais felizes realizações ou as mais dolorosas das frustrações. É a partir de um ato de amor que deixamos os frutos da nossa vida, com o amor é possível unir diferenças, descobrir novos caminhos, mudar nossas teimosias e egoísmos. É com o encontro de olhares que duas pessoas podem ter suas vidas cruzadas unido e mudando destinos, compartilhando fragilidades. 

Das frustrações de não poder dar amor, a quem se ama ficam feridas que normalmente só são curadas com o tempo e .... com amor. Sim, o amor cura, o amor estimula com sutileza a nossa auto compreensão, a observação da vida sob perspectivas de mais alto nível, renúncia, paciência e perdão. O que se opõe ao amor não necessariamente é o ódio, mas a indiferença. O amor é entrega, é doação ... e doar-se é um ato de coragem e confiança extrema, é como se jogar de costas confiando que alguém estará como anteparo à nossa queda. E quem se entrega ao extremo e sem retenção, acaba por ter um amor mais pleno e realizador, porém quando frustrado, esse amor, gera um abismo, um vazio, com contornos de tragédia.

Então ... o que sustenta o amor? O próprio amor se sustenta nele pois fica enraizado com o conceito da vida, sem amor próprio, sem amor à vida, não é possível se ter amor, mas um sentimento tão vasto depende de muito mais do que dele mesmo, o respeito, o carinho e a ternura são elos que fortalecem essa sustentação pois é no dia a dia que se constrói o amor, em cada momento em cada ato que pode ser de amor ... ou não. Ternura e gentileza nos pequenos atos podem ser de certa forma o lado tangível do amor, são nos atos de carinho que se mostra que o amor se faz presente, é  num afago, num bilhete escondido, um simples beijinho, num entrelace de dedos que se demonstra que outra pessoas esta presente em nossos pensamentos. Pode se dizer que são meras banalidades, mais são coisas que o dinheiro não compra e que são acessíveis a qualquer um que queira demonstrar o seu amor. Afeto, carinho, cuidado e atenção dessa forma se ganha a confiança de que se faz pelo outro, tudo que o outro faria por você. Essa certeza da reciprocidade, nos dá a confiança e a gratidão para viver um grande amor sem preocupações ou aparências, com zelo leveza e paz.

Sempre existe uma fragilidade então, o amor tem que nos fazer atentos e instigar nossos não tão nobres sentimentos, e essa atenção gera todo o dinamismo do amor, podemos invocar nossa parte consciente para refletir de que forma um amor pode continuar nos trazendo felicidade, caso contrário é melhor que nos deixe para que possamos caminhar em paz com nossa consciência. Para que possamos seguir com retidão. Para que tenhamos a liberdade para escolher, nem que seja a escolha pela vida mas que seja vivida com amor, pois é ele o bálsamo da vida.

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