quinta-feira, agosto 23, 2012

O poder público e a informática

Acabo de sair de uma reunião para alinhamento de pontos a serem tratados no programa de governo de um candidato a prefeito do Rio. Tudo bem que já estive envolvido em debates sobre o tema na camara dos vereadores, tenho alguns pontos a questionar e propor e tenho um histórico bom do tema. Porém não me considero a pessoa ideal para propor coisa alguma dentro de um programa que é político e não técnico, e me assusta dois candidatos buscarem logo a minha opinião (provavelmente algum banco de dados de um curso que frequentei).
Chego apressado calça, tenis, camisa pólo diante de empresários de terno e completamente despreparados e que visavam mais aparecer para um futuro novo prefeito do que discutir idéias. O despreparo do candidato, não me surpreende, o tema não é municipal ao extremo e ele tem outros pontos a se preocupar, esta em processo de aprendizado, o que me assusta é a visão tosca dos empresários que esperam que no primeiro dia de governo se baixe um decreto lei reduzindo a alíquota de ISS de 5% para 2% no município do Rio de Janeiro. Ora, ninguém gosta de pagar imposto, principalmente os empresários essa taxa está defasada, isso todos do ramo sabem (menos o candidato!). Ninguém discute as contra partidas, só querem estar competitivos com os pares de outros municípios (que em alguns casos pagam 0,19%).
Reforma tributária é um assunto fora da política de informática que se quer. Ninguém pensa que a área passa muito longe do simples desenvolvimento de Software nenhum empresário menciona incentivo a formentação de pequenas empresas, parcerias com universidades, escolas técnicas, escolas de idiomas, todos só querem receber e ninguém quer dar nada, só ficam esperando o governo se manifestar, e o representante do governo nada sabe do assunto.
Informática passa a ser só uma indústria limpa, um fator essencial para a inclusão social, um nicho para pequenas empresas, ninguém vê que a concorrência não está no Recife, em Rio das Ostras, Magé, Hortolândia ou qualquer paraíso fiscal, isso é ponto passado a verdadeira revolução esta em pensar em Tecnologia de Informação como um conceito além do desenvolvimento de Software, é pensar em prestação de serviço, é pensar em qualidade de processos, em marketing social, em engenharia de software, em inovação, em sistemas integrados, nuvem, hosting, software embarcado, software essencial, operação, manutenção, outsourcing, testes, é extrapolar a barreira da tecnologia utilizada é avançar para o SAP, Web mas visando o conhecimento global, é buscar parcerias sérias em todas as esferas. É ver China e India como os verdadeiros concorrentes pois pra vender um Sw ou um serviço é possível estar onde quiser.

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