terça-feira, agosto 21, 2012

Crianças não sobem mais em árvores

Sou do tempo em que qualquer quintal tinha uma árvore frutífera, minha avó tinha duas goiabeiras, mas eu comida pitangas suculentas de uma vizinha e mangas da casa vizinha, mesmo sem agilidade dava meu jeito e não ficava sem minha frutinha. Outros amigos traziam outras delícias dos quintais vizinhos.
O mundo cresceu, as folhas que sujavam o terreno passaram a ser um transtorno à vida moderna, as tardes perderam o tenro cheiro da terra, as brisas sumiram no ar quente pós aquecimento global ....o mundo perdeu seu charme, as infâncias perderam sua inocência.
Enquanto o cimento tomava conta do terreno, as chuvas de verão inundavam as casas, mas ora ora, porque será ? Teria a água outro lugar para escoar? Enquanto os prédios subiam nas alturas, as árvores se tornavam pequenas e as sementes não mais floresciam. Pular muros, correr descalso e ... subir em árvores, tornaram-se ações de alto risco, bicicleta agora, só de capacete, banho de chuva sem camisa então ... nem pensar! Dentro da bolha criada pelos "humanos" temos brinquedos de adultos, televisão (lógico!), canais "infantis", computador, vídeo game, tablets, celulares, maquiagem e um milhão de bugigangas chinesas, de nomes estranhos e poderes suspeitos.
São tantos brinquedos que as crianças não têm um preferido, não tem um amuleto, não distinguem seu afeto por um ou outro banalizam todos Amadurecem cedo, abandonando o amor singelo de criança pelo brinquedo preferido, tem todos e não tem nenhum. não vem as dificuldades da vida, não ficam preparados para ela derrepente são jogados na vida corrida, recebem filhos e nem como boneca conseguem brincar banalizam os mesmo, perdem o jogo da vida, perdem o amor pelos outros, o amor próprio, crescem com medo parte porque nunca se arriscaram, num sopro de vida, num galho de árvore...

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