quarta-feira, dezembro 14, 2016

Quanto vale uma vida?

Se pararmos para olhar atentamente 10 minutos do nosso noticiário ao invés de assimilarmos passivamente o que falam, vamos constatar que a humanidade entrou num declínio e que o que temos de mais precioso, a nossa vida, não vale um vintém! Modernidades tecnológicas, avanços da medicina, melhorias industriais, tudo criado para preservar e dar mais conforto à nossa existência, logo o Ser humano que conhece tão pouco de si... por não se conhecer inteiramente nem sabemos ao certo o que queremos e para onde vamos, seguimos o fluxo, passivamente como assistimos aos noticiários.

Nossa vida se tornou algo banal, costuma-se dizer em grandes corporações que somos somente um número, estamos nos tornando realmente isso, e um número completamente descartável dentro das estatísticas. Uma vida sempre é mais importante que um óbito a não ser que deixemos perder nosso valor, nosso pensar, nosso poder de influir, e de usar nossa consciência para algo que torne o viver mais valioso. A passividade e a massificação das mortes vai nos deixando insensíveis perante vidas que se perdem por motivos banais.

Desde 160 vidas que se perdem na queda de um telhado de um templo religioso usado num culto que ainda estava em construção na África, até a absurda estatística de policiais mortos no Rio de Janeiro, banalidades! Se um nos insensibiliza pela distância, o outro fato causa frieza pois, se não tivermos um parente na polícia, essa guerra diária realmente gera essas estatísticas, fazer o que?  A vida é um fio, não somos nada ... Nesse momento é melhor desvalorizar a vida do que constatar que somos um fiasco em termos de humanidade, não é um processo recente, mas não preciso ir longe nos tempos em que tribos de Neandertais eram dizimadas por grupos rivais, nem mesmo os extermínio de Gengis Kan, Tarmelão, ou Huno, as atrocidades da inquisição, as cruzadas, a matança de povos pré colombianos, o genocídio Armeno de 1915, ou mesmo os 6 milhões de judeus mortos sob comando de Hitler (e é bom lembrar, não pessoalmente mortos por ele). Em resposta ao genocídio alemão, Stalin patrocinou a Vingança histórica com mais 1 milhão de alemães pagando com a mesma moeda a chacina alemã. A história recente nos mostra que o homem mata de igual forma até os dias de hoje não basta um assassino são muitos ... milhões de humanos que apertam um gatilho para matar outro humano.

 Vamos valorizar a fase mais "espiritualizada" da nossa civilização e mesmo assim vemos o terror da guerra fria que esteve por um triz de acabar com a humanidade. Mas enfim ... nesse momento se valorizou a vida e podemos até colocar esse ponto como o início de uma valorização da vida do ser humano. Ainda assim tivemos o cerco de Belgrado e no mesmo conflito dos Bálcans um extermínio bósnio com 100.000 mortos e 20.000 estupros, tivemos a matança de Curdos patrocinada por Saddam Husseim e seus aliados americanos onde 182.000 foram mortos. É bem recente a guerra civil no Timor Leste onde 200.000 estiveram em campos de concentração, ou os 800.000 mortos no genocídio de Ruanda.

Mas desvalorizar a vida não é só um mero apertar de gatilhos, são os milhões de refugiados, no Congo, em Angola, na Síria, no Iraque, em Gaza ... é a miséria de não ter o que comer nos bolsões de pobreza espalhados pelo mundo, são os excluídos do sistema econômico, é uma criança que morre numa praia européia, ou um terrorista suicida que metralha vidas, ou se explode levando consigo um pouco da nossa vergonha. É um pouco da ganância se sobrepondo à vida com uma contenção de custos porca de um avião que não chega ao destino por não ter combustível suficiente. No fim temos que nos fazer valer mais que isso tudo ou então, nos resta reconhecer que valemos menos que uma bala de revolver e assim sobreviver de alguma forma.

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