domingo, agosto 04, 2013

Desapego

Algumas pessoas são como brinquedos de infância, durante uma determinada fase da nossa vida são fundamentais, vitais e amadas até nossa última gota de lágrima, mas o tempo passa, as fases passam e aquele brinquedo não evolui junto conosco, o que faz perder todo o sentido ter tanto amor por aquele brinquedo. Guardamos carinho, paz de sentimento, lembranças e eternidade. Mas ninguém acha vital e fundamental para a vida aos 30... 40 andar com um boneco de pelúcia de quando tínhamos 2 ou 3 anos de idade.
Para isso tudo existe o desapego e a forma de lidar com essas perdas e evoluções é que varia de pessoa para pessoa, algumas vêem esse processo de transformação como algo mais prático que saudosista. Todos tem um processo doloroso ou não para evoluir, e tem um tempo também para construir a idéia de que coisas ficam pelo caminho e qualquer coisa que seja fundamental  num dia, pode se tornar irrelevante no outro. A vida é equilibrar pratinhos, se alguns não ficarem estraçalhados pelo chão não podemos pegar outros, Bons equilibristas podem conseguir equilibrar muitos pratos mas por pouco tempo, pessoas eficazes podem desapegar fácil e evoluir mais rápido com pratos novos deixando um rastro de destruição pelo caminho, qual o meio termo? Isso é a vida, é balancear escolhas e viver ao mesmo tempo em que mata coisas que ficaram pelo caminho.
Reencontrar um brinquedo antigo no armário pode trazer uma mistura de sentimentos estranhos dependendo da nossa sensibilidade de lidar com as nossas carecias afetivas, pode ser que queiramos brincar como brincávamos em tempos idos, provavelmente a tentativa cairia em vão por descobrirmos que não sabemos mais brincar, de outra forma pode nos dar um saudosismo presente nas nossas memórias, porém pessoas marcadas pela frieza da emoção vão no máximo reparar com indiferença que aquele boneco de pelúcia guarda poeira esquecido no armário e que a atitude idiota de guardar bagulho é a causa das suas alergias, é preciso lidar com a perda, é preciso limpar os armários e trazer nova vida para as nossas emoções. Simplesmente porque sempre existe uma dúvida no ato de se escolher o melhor caminho a seguir, todo o caminho tem perdas e isso faz parte das escolhas, quem não estiver preparado para perder o que é irrelevante em cada fase da nossa vida, não esta apto a conquistar o que é fundamental para todo o conjunto da obra.

Um comentário:

Unknown disse...
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