terça-feira, junho 21, 2011

PEC 300 para reflexão

Nada contra policiais e bombeiros ganharem um salário digno, são para os policiais e bombeiros que ligamos quando passamos por alguma dificuldade, são eles que dignamente doam a vida para ajudar a sociedade, é isso que se espera deles.
O que eu não posso concordar é com o mundo mágico que se propõe a PEC 300, uma discussão sem definir de onde vem recursos (?43 Bilhões???), sem se definir piso salarial (que gira em torno de R$3500,00 para salário inicial do praça e R$7000,00 para o salário inicial do oficial) ou critérios para elegibilidade. Outra aberração é a tentativa de atrelar o salário numa esfera nacional.

Em que lugar ou profissão nesse país se tem um salário inicial de R$3500,00 ???? Salário nunca foi atrelado a risco de vida, para isso existem adicionais de periculosidade (e isso deve ser pleiteado pelos militares), deve ser um benefício adicional a quem está na ativa, uma vez que quem é da reserva não corre os mesmos riscos.
Salário é uma combinação de tempo disponível à sua atividade X conhecimento. Que nível de escolaridade tem um bombeiro ou policial para se pagar um salário desses?

Policial e bombeiro tem que ter adicional de periculosidade, sim !
Policial e bombeiro tem que ter FGTS, sim !
Policial e bombeiro tem que ter vale transporte, sim !
Policial e bombeiro tem que ter reembolso de alimentação, sim !
e além disso tudo eles tem que ter condição de trabalho.




Agora todas essas vertentes devem ser decididas na esfera estadual, dentro da realidade das regiões, um economista no Rio tem um salário completamente diferente de um economista em Manaus, e dessa forma é um pouco sem fundamento ter o mesmo salário base para um policial de São Paulo e outro na tranquila São Lourenço.

Os bombeiros do Rio reclamam que os de Brasília ganham mais... façam concurso para lá então,  é isso que se quer ? Nem todos querem  ir apagar incêndio no cerrado num lugar com custo de vida maior.



Policial civil ou militar, bombeiro não pode ter que recorrer a um outro emprego ou bico para sobreviver, inclusive a lei os proíbe disso, ou seja, eles precisam de um salário digno para sobreviver. Mas resta saber se é essa necessidade que os fazem a recorrer a coisas escusas e milícias ou se isso é fruto de uma índole não tão boa.


O que falta é aprofundar essa discussão de salário atrelando valores à produtividade, ao que se pode pagar aos inativos, aos serviços de saúde disponibilizados para as tropas, às condições de trabalho. É visível que muitos gestores estaduais não tem a mínima vontade política de discutir o assunto e isso pode gerar um aprofundamento da crise com uma greve geral em 4 de julho.

Nenhum comentário: