quinta-feira, abril 23, 2020

Quarentena

As ruas estão vazias.
Um silêncio tamanho, nos lembra a morte.
O movimento da rua é um carro ao longe.
O tudo, parece virar um nada.
Não se ouve alma viva...
Não há grito de gol no espaço...
A respiração ofegante é abafada por uma máscara
Parece fábula.
Mas é a vida ... histérica se tornando dramática

Seguimos uma vida cheia de vazios 
Trancados dentro de casa
Não há briga
Não há comemoração 
Só incertezas no ar ... e um vírus que nos quer calar.

Abafados ..
Diante de tão pouco, vemos o quanto somos nada.
A mercê de algo que não vemos, uma nova semana começa 
Com as velhas rotinas, egoísmos, 
A luxúria do mundo e ...
Os desvalidos.

Não há tempo para tão pouco 
É preciso abrir os braços sem dar abraços
Falar sem cair nas discussões terrenas
Precisamos ver o mundo com outros olhos
Ver que pequenos problemas podem ser desesperadores 
Quando na abundância do ar, não podemos respirar 
O mundo nos sufoca 
A miséria nos torna ausentes
Carentes ... de uma forma de humanidade
Sem que ninguém se altere 
Esperanças brotam do nada
Um braço estendido no meio da rua 
Pede comida.... pede sabão
Pede um olhar 
Mas tudo é em vão 
Novas vidas são perdidas
Velhos sonhos são descartados 
Não temos respostas
Temos uma vida inteira que repousa 
Silêncios preenchendo sonhos 
Mentiras corrompendo a vida 
Que carece fugir da realidade.


Nenhum comentário: