quinta-feira, agosto 07, 2014

Amor, um mero detalhe

O amor se encontra, e se separa, nos pequenos detalhes. Bem dizia o Rei que os detalhes sempre vão sobreviver, o amor está nas pequenas coisas que se faz justamente, para agradar ao outro. Nos bilhetinhos de amor, nos recados marcados no espelho, no esforço para se dar bom dia, no abraço no meio da noite fria. O amor incendeia dentro da sua tranquilidade, pela paz que nos traz por estarmos ao lado de quem amamos, mas essa paz não se desfaz pela comodidade, porque o cômodo se perde exatamente nos detalhes.

Um verdadeiro amor não perdura de cheiro, toque, química, paixão... o verdadeiro amor está na cumplicidade, esta na falta das palavras que recheiam o silêncio de serenidade. O amor está na saudade de querer estar junto, ao invés do vazio da saudade só pela ausência. Não precisamos de provas de amor diárias, o sorriso que carregamos no cantos da boca, os olhos brilhando já demonstram o quanto somos felizes todo o dia por viver um esplendor manso. Um esplendor recheado de detalhes que nos fazem presentes mesmo na ausência, detalhes que conectam almas a pensarem igual, a ter atitudes do outro, ao invés da nossa, detalhes que nos fazem conhecer o outro tão bem a ponto de anteciparmos palavras, risos , gestos que, na realidade, não são nossos. Por isso podemos chamar de conexão amorosa, um mero detalhe, que nos transmuta à nossa existência.

Detalhes são cheiros de pescoços, textura das camisas, detalhes são para serem esquecidos para que sejam de alguma forma relembrados dentro de outras rotinas. Detalhes tornam o amor um reencontro de um padrão. É uma constante mistura de uma saudade daquilo que, muitas vezes, ainda nem aconteceu, porque esperamos na rotina do dia o tal padrão de detalhes de um amor.

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