terça-feira, julho 24, 2012

No piano

Sento no piano e dedilho "As  Time Goes By", não me sinto um Humphey Bogart conquistando uma Ingrid Bergman e me perco logo nas notas. Estou nostálgico, estou inquieto, estou triste.
As imagens do filme não saem da minha mente, não são cenas, são flashes em preto e branco, são penumbras esquecidas do nosso romântico cinema, do tempo que um filme era chamado "de amor". Hoje "de amor" são no máximo comédias, como se fossem cômicas as pessoas que amam num mundo de tanta luz e pouca penumbra. Ao invés de procurar um "You must remember this ...
A kiss is still a kiss" busco em Cartola os murmúrios de o Mundo é um Moinho e trituro meus sonhos reduzido as ilusões a pó!
No preto e branco dos teclados lembro novamente do filme um final triste, uma história de amor e guerra com final triste numa vida tão bela e colorida, acontece que a vida é orquestrada pelos enganos da nossa mente, assim como nas ilusões do cinema, nossa mente tece frágeis véus da nossa vida, temos a visão deturpada, os olhos amaldiçoados e num simples rajar de vento tudo se abre em horizontes com perspectivas amplas, com escolhas, com livre arbítrio! Basta apenas termos coragem de tocar nossa música, de soltar nossa voz. Falta soltar as amarras e cantar!

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