segunda-feira, novembro 08, 2010

"Suas atitudes falam tão alto que eu nem preciso ouvir a sua voz". Ralph Waldo Emerson, pensador americano

A vida digital proporciona novas formas de nos relacionar em sociedade. Lembro bem da minha sogra alegando que sempre se preocupou em fazer festas de forma a integrar os filhos na sociedade, já que como imigrantes, não tinham muitos amigos e familiares por perto. Hoje o mundo interconectado torna os relacionarmos  mais dinâmicos, e duradouros por perdurar ao tempo e encurtar espaços, torna por vezes esses relacionamentos menos ricos e afetuosos, mas não por conta da tecnologia usada pois ao mesmo tempo que é frio, coloca gerações na mesma página de possibilidades, eliminando barreiras entre pessoas, funções, idades, gêneros e idéias. Facilita o compartilhamento de olhares, sentimentos, conhecimento e troca de experiências de igual para igual, pois somos todos produtores de mensagens e conteúdos, quebrando a hierarquia entre emissor e receptor tão presente nos meios tradicionais.

Tudo isso é fruto da era em que compartilhar informações e conteúdos relevantes se tornou prática recorrente dos relacionamentos da nossa sociedade. Para começar esse tipo de relacionamento vem mudando, não só os relacionamentos interpessoais, como também os relacionamentos entre meios de comunicação e público, Estado e contribuinte, empresas e consumidores.As novas tecnologias permitem às pessoas dividir suas experiências, o que dinamiza as escolhas a partir da experimentação concreta e real do outro.

Grandes marcas de produtos deixam de ser soberanas no controle de divulgação de benefícios e limitações dos produtos, a voz dos consumidores tem adquirido iguais proporções e com mais legitimidade, pois partem de uma experiência concreta de uso e de uma opinião isenta de interesses comerciais. Com isso novos produtos são criados com base no feedback dos usuários, novas marcar vão avançando sem necessidade de marketing agressivo.

Eu mesmo cheguei a comprar uma televisão Samsung e depois de problemas com a mesma, acabei influenciado por milhares de listas de discussão que clamavam por evitar comprar um produto de uma empresa que não está preparada a dar um bom atendimento aos seus clientes.

As empresas têm estruturas ainda muito voltadas para uma realidade antiquada, me lembra as empresas de informática antes do fim da reserva de mercado. Seus modelos de funcionamento estão estruturados sobre o velho privilégio de tempo entre a emissão de uma informação, o lançamento e a oferta de produto, e a resposta do consumidor. Hoje esse tempo (quando existe ) é cada vez mais curto, os consumidores de uma marca podem manifestar suas opiniões na mesma hora em que são abordados pelas informações, ofertas e propagandas. O que parece ser um movimento sem volta, pode mudar de vez o consumo em algo mas racional.

Uma empresa deve assumir que não é mais possível controlar o que é dito e nem a repercussão que essas informações podem gerar. Cuidar da imagem de uma empresa é cada vez mais cuidar da própria empresa, desde as condições de trabalho dos seus funcionários, até as emissões de poluição que se faz, sem esquecer da qualidade dos seus produtos e da usabilidade dos mesmos para o consumidor final. Enfim a voz será de quem paga a conta.

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