O culto ao luxo fake é um fenômeno que se fortalece na era digital, onde a ostentação se torna um espetáculo lucrativo e a alienação coletiva alimenta um ciclo de consumo desenfreado, mas isso não começou agora, quantos príncipes falidos não conseguiram impérios ostentando o que não tinham, quantos golpista já não apareceram ao longo da história. O que muda é a disseminação imposta pelas redes sociais, mas o vazio da humanidade em consumir o fake continua o mesmo.
O ser humano se afastou de valores fundamentais para compreender a vida, desde valores morais para vivermos em sociedade até valores espirituais mesmo (não os dados pelas igrejas, mas os valores encontrados na empatia entre os homens).
Vivemos em um tempo em que a aparência de riqueza muitas vezes vale mais do que a própria riqueza. Influenciadores, marcas e até figuras públicas constroem narrativas de sucesso baseadas em bens materiais, criando um padrão inalcançável para a maioria. O luxo, antes símbolo de exclusividade, agora é replicado em versões acessíveis, mas sem substância, apenas para alimentar a ilusão de status.
Essa indústria prospera porque explora desejos e inseguranças. O marketing agressivo vende a ideia de que possuir determinados itens ou viver certas experiências é sinônimo de felicidade e prestígio, e aí voltamos a ver a ausência de valores que podem nos trazer uma felicidade verdadeira e duradoura.
Redes sociais amplificam essa lógica, transformando vidas editadas em modelos aspiracionais. O resultado? Um público que consome não por necessidade, mas por uma busca incessante de validação. E aí entra um outro fenômeno de nossos tempos, viver a vida dos outros que está exposta para todos, e eventualmente criticar, dessas críticas vem o julgamento social com base em fundamentação rasa, pra que ? porque ? Com a impressão de que assim tampamos os vazios internos que nos levam a ser maiores que os outros, criticamos sem pensar porque agora um julgamento está há um clique de distância, como um imperador romano que coloca o polegar para baixo ordenando que uma determinada pessoa seja jogada aos leões. Tempos de barbárie!
O problema se agrava quando essa alienação coletiva desvia o foco de questões essenciais, como desigualdade social, sustentabilidade e bem-estar emocional. Enquanto alguns se endividam para manter uma imagem, outros lucram com essa ilusão, perpetuando um sistema onde o valor de uma pessoa é medido pelo que ela exibe, e não pelo que ela é. Houve o tempo em que o Ter estava acima do Ser, vivemos o tempo onde o PARECER estar no topo do foco do ser humano. Mas isso só existe porque as pessoas em geral se interessam e sustentam isso... mas o verdadeiro luxo não está na ostentação, mas na liberdade de viver sem precisar provar nada a ninguém.
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