Acordo feito... Se meteram embaixo das cobertas, enquanto ela apoiava a cabeça no ombro dele, ele colocava sua mão nas coxas dela, entrelaçadas as pernas e com os pés juntinhos.... dormiram assim!
Despertaram bem cedo, trocaram um beijo ainda com o bafo da noite, colocaram uma música suave para tocar ... enquanto ele colocava a mesa do café, ela arrumava a cama, ele fazia ovos mexidos, enquanto ela pegava as coisas na geladeira ... comeram entre olhares carinhosos e risadas.
Um cuidando do outro, pois sem esse cuidado recíproco, não existe química, paixão ou qualquer outra coisa que consiga fazer um relacionamento perdurar no tempo. No começo, tudo é mágico, as descobertas fazem o relacionamento transbordar nossas vidas, tudo é intenso e as coisas fluem naturalmente. As palavras fluem, as histórias contadas são inéditas e cheias de interesse mútuo de um descobrir um pouco mais sobre o outro. Os gestos encantam e os dias ficam curtos para tanta conexão. Mas aos poucos vamos vendo que o mundo gira ao redor dessa realidade a dois, e temos que voltar para outra realidade, aí emerge a atenção e o esforço no cuidado com o outro, quem ama ... cuida. As conversas perdem um pouco o brilho, os abraços e beijos de outrora, viram rotina e não é que o amor morre de repente, mas ele vai se desfazendo aos poucos. No lugar dele amizade, intimidade, paz, cuidado, gratidão e os lampejos de paixão para incendiar a brasa adormecida.
O calor da noite ditava o desejo da vida, depois do café, ela foi colocar uma roupa bem bonita enquanto ele lavava a louça, foram passear na praia, olhares dizendo mais que palavras, mãos dadas, pausas para abraços, um beijinho numa pedra com a vista do mar.
Estavam mantendo o combinado e fazendo um amor explícito, na frente de todos e sem se importar com o que pensavam. Um amor que não se esconde mas que pulsa e vive a liberdade da entrega, um amor sem tempo e livre para fazerem o que bem quisessem e quando quisessem.